Impossível

Impossível pensar no mar e não imaginar solidão. Impossível sentir o cheiro de protetor solar e não lembrar Balneário Camboriú. Impossível pensar em jornalismo (meu sonho) e não lembrar da Aryane Canuto. Impossível pensar em abraço apertado e não lembrar do meu filho Ariel. Impossível ouvir Cássia Eller cantando Malandragem e não lembrar da Andrea Santana cantando bem alto no volante enquanto viajamos pela Rodovia dos Bandeirantes. Impossível ver um parapente no céu e não lembrar de São Vicente. Impossível pensar em inteligência e não lembrar do meu filho Caio. Impossível não falar em espiritismo e não lembrar da minha amiga mais amada Ana Vera. Impossível pensar em setembro e não lembrar de separação. Impossível pensar no Rio de Janeiro e não lembrar de aventura. Impossível andar pelo bairro da Liberdade e não lembrar dos meus amigos Cristóvão, Marcelo e Adriano. Impossível pensar em bagunça e não lembrar do Eduardo Croce. Impossível ouvir Kid Abelha e não lembrar da Amanda e das ruas do bairro de Pinheiros, nem do Hotel Filadélfia. Impossível ver uma tatuagem e não lembrar da Anne e seu jeito singular (...). Impossível ver um jardim cheio de flores e não pensar na minha avó. Impossível uma tarde de domingo chuvosa e não lembrar dos bolinhos de chuva da minha mãe. Impossível ouvir Christian e Ralf e não lembrar do meu primo Ricardo. Impossível chegar um 13 de fevereiro e não lembrar do meu amigo Valdivino e na saudade que ele deixou quando faleceu. Impossível chegar natal e não lembrar da árvore do Ibirapuera. Impossível chegar ano novo e não lembrar daquela virada de ano que eu ficava lendo O Senhor dos Anéis naquela casinha pequena que eu vivia com minha ex-mulher e nossa pequena árvore de natal com bolas prateadas. Impossível pensar em Judaísmo e não lembrar do Alberto Dwek. Impossível ver um careca na rua e não lembrar do meu amigo Luiz Roberto. Impossível ver os geoglifos lá de cima no avião e não lembrar de Brasília e da casa das minhas tias e de suas geladeiras cheias de iogurte. Impossível jogar Need for Speed e não lembrar do meu irmão Allisson. Impossível ouvir Marina Lima e não lembrar da Andréa Magalhães. Impossível sentir o cheiro de grama molhada e não pensar no meu avô. Impossível pensar em paciência e não me lembrar da minha avó Maria. Impossível comer gelatina e não lembrar da minha tia Eleusa. Impossível não pensar em mãe e filho e não lembrar da minha amiga Livia Mendonça. Impossível ver decoração japonesa e não pensar na minha sala. Impossível comer sanduíche do Subway e não lembrar da Rosana. Impossível ver uma Brasília amarela e não lembrar do meu tio Ezequias. Impossível ver uma mulher careca de lenço e câncer e não lembrar da minha amiga Mirian e na falta que ela me faz desde que se foi a quinze anos. Impossível pensar na Inglaterra e não lembrar da Marie Burke. Impossível ver uma lágrima e não lembrar das noites de dezembro. Impossível esquecer a saudade que tantos me fazem e na falta de tantos outros. Impossível esquecer. Impossível tentar viver sem lembrar. Impossível.

2 comentários:

E ai Goiano!!

Nota 10 para o texto!!! E agradeço muito por lembrar do "croce bagunceiro", diriamos que marcamos uma época muito importante e hoje podemos criar várias histórias, e arrancar vários risos!!

Abraços
Sucesso
Fui

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