O Funk e a decadência brasileira

Uma crônica sobre o estilo musical que tomou conta do país.

A certeza imaginária

Uma reflexão sobre os comportamentos de quem encontrou a pessoa certa.

Magnólia

Três histórias surpreendentes em que todas acontecem no Edifício Magnólia no Rio de Janeiro.

Pais e Filhos

Um retrato de quem passou para a fase adulta sem esquecer dos valores de infância.

Dormindo com o inimigo

A violência contra a mulher é o tema principal deste artigo.

Insônia

Cérebro acordado,
Insiste em ficar ligado,
inebriado, narcotizado, insensato,
Permanece assim, perpetizado,
estupefato, ingrato.

É alta madrugada.
Alada, infundada,
reflexo do que é o nada,
malfadada, insiste em ser indelicada,
mas continua assim, calada.
Enquanto isso eu continuo assim,
alerta, desperto, esperto,
procurando da noite o fim,
algo um tanto modesto, por perto,
mesmo que seja de festim.
Outra noite se vai,
Esvai, como um capítulo passado,
atrai, contrai, me trai,
me fazendo ficar acordado,
abobadado, irritado.
Quero minhas cápsulas mágicas,
que confirmam e desafiam, esse sono inerente,
que pouco está presente,
e que me deixa demente, persistente,
mas nunca ausente.
Minhas noites são assim
autoritárias, solitárias, marginais,
fazem o que querem de mim,
enquanto eu invejo quem em paz
dorme o sono tão desejado enfim.
Se ela pelo menos estivesse aqui,
faria um carinho, um jeitinho,
de me fazer dormir,
e com seu jeito singular,
cuidaria bem de mim.
Mas ela não está, e isso me desbaratina,
afina, como uma gelatina,
sovina, buzina, diminui a hemoglobina,
desanima e faz a noite ser assim,
sem rima, infeliz menina.
Outra vez irei tentar,
deitar, sonhar e enfim levantar,
mas se acaso a última tentiva falhar,
volto à tona e continuo assim,
a acordado ficar. 

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More