Eu confesso que nunca me interessei por política até algum tempo atrás, mesmo vendo os absurdos eleição após eleição. E sempre fui contra a questão do voto obrigatório. Para mim deveria votar quem quisesse, e/ou fizesse questão. Aliás, voto poderia ser feito via internet. Ou através do pessoal do IBGE com aquelas maquininhas ultra modernas que fizeram o recenseamento. Camarada marcou o candidato, colocou o polegar ali e pronto. O voto estaria computado. Seria muito melhor, assim quem não sabe escrever não precisaria assinar. Em dia de eleição é realmente aquela bagunça, ruas sujas, gente atropelando eleitores fazendo boca de urna na frente da escola, sem falar naquele frio lascado que fez em São Paulo no último três de outubro. Saí de casa, às quatro e meia da tarde totalmente contrariado para o cumprimento do dever. Quase fui pisoteado por um bando de moças e rapazes, uns entregando santinhos (ou seriam demoninhos) enquanto a outra trupe tentava arrancá-los da minha mão. Babel. Tudo isso para justificar o voto. Imagina se fosse para votar. Francamente, não deveria haver tanto sacrifício. Afinal, eleição só pode ser realizada em dia de domingo. Antes não. Era dia três de outubro e quinze de novembro e ponto final. Independente se fosse sábado, domingo, feriado ou dia santo. Agora temos que abdicar do nosso final de semana curto, suado e tão desejado para passar longos e tormentosos minutos (quando não horas) na fila (com chuva ou sol ou frio) para no final, indicar um candidato que nem sabe que existimos e que talvez nem saiba o que ele ou ela irá fazer lá dentro. Nossa política está recheada desses tipos, Odoricos modernos, pessoas que se candidatam ao trabalho público, para só depois saber no que irão trabalhar. Quando se trabalha. É só dar uma olhada nos nomes dos sufragados para se ter uma idéia. Palhaço analfabeto (ganhou disparado), prostituta, jogador de futebol, cantor pagodeiro troglodita e afins. São nas mãos destes que depositamos nossa confiança. Política é coisa séria, ou pelo menos deveria ser, e não um passatempo para divertir o eleitor. Depois não venham me dizer que os políticos nada fazem ou que político não presta ou aquela lenga-lenga que ouvimos nas ruas quando algo de errado acontece. A culpa é deles sim. Mas a culpa maior é do eleitor. É sua e minha que colocamos lá dentro gente despreparada no exercício da função. Culpado, culpado, culpado. Entendeu abestado?