O Funk e a decadência brasileira

Uma crônica sobre o estilo musical que tomou conta do país.

A certeza imaginária

Uma reflexão sobre os comportamentos de quem encontrou a pessoa certa.

Magnólia

Três histórias surpreendentes em que todas acontecem no Edifício Magnólia no Rio de Janeiro.

Pais e Filhos

Um retrato de quem passou para a fase adulta sem esquecer dos valores de infância.

Dormindo com o inimigo

A violência contra a mulher é o tema principal deste artigo.

Paradoxos e Antíteses

De todas as minhas esperanças em frangalhos, das minhas vontades diluídas, dos sonhos frustrados, o que mais me chateia são os meus desenganos e essa minha terrível mania de arquivar coisas pra ver depois. E depois de olhar dezenas, centenas de fotos dos meus filhos que irei imprimir e fazer um enorme mural na parede do meu quarto, me confronto com uma pasta que não esperava encontrar. Apesar de querer guardar tudo, tudo acaba ficando uma bagunça, pois tem pastas que não coloco nome e fica por ai vagando pelo ciber espaço nesses inúmeros discos virtuais que eu uso. A pastinha Resolução Menor me chama a atenção e dentro há oitenta e cinco fotos, e me arrependo na mesma hora de ter sido tão curioso. Eram fotos antigas, que mostravam uma antiga vida, uma antiga casa que morei, uma antiga mulher que um dia me casei. E como num download cerebral, que nem aqueles do filme Matrix, uma vida inteira passa na tela à minha frente em oitenta e cinco fotos. E essas fotos me chateiam e me revoltam quando lembro. E eu sinto raiva por vê-la abraçando meus filhos sorrindo, enquanto eles choram e parecem querer me dizer alguma coisa que eu só consegui entender anos depois. Olhos são as janelas da alma. E as vezes da dissimulação. Sinto raiva e sinto uma paz. Sinto raiva da situação. Não tenho raiva de ninguém. Apenas da minha desinteligência que tanto luta pra existir nem que seja só de passagem e por algum tempo. Mas, detalhista como sou, não ia deixar mesmo na época a câmera sem registrar a data. E essa data me assusta. E eu não quero mais ver essa droga dessas fotos, mas aquela curiosidade era maior. E depois de tanto tempo, de tantas idas e vindas eu senti por um segundo, que aquela vida mais que medíocre que eu levava me fazia falta. E nesse segundo eu quis ter aquela vida outra vez, mas no segundo seguinte, outro download mental descarrega na minha cabeça e varre essa insanidade. E agora que já fechei a pasta sem apagar seu conteúdo, porque essa minha mania de guardar é mais forte, eu paro e penso naquela música do Engenheiros: “Pensei que era liberdade, mas na verdade, eram as grades da prisão”. E que pelo menos essa chuva que não pára já faz cinco horas, leve consigo em suas enxurradas esses desatinos desgarrados.

Goles Noturnos

Depois de dois dias sem telefone celular começo a perder as esperanças de encontrá-lo já que procurei em tudo que é lugar e nada. Nem sinal. Ligo mas a ligação nunca completa. Tenho voltado então para casa, chateado, afinal me custou uma pequena fortuna. Ontem resolvi fazer um Cosmopolitan para comemorar dois dias meio que isolado do mundo já que viramos escravos dessas geringonças eletrônicas. Termino o pouco que restou da minha vodca Absolut e fico lá no sofá, meio que sentado, meio que deitado, os pés na mesinha de centro, rodando os cubos de gelo com o indicador, vagueando entre um canal e outro tentando inutilmente encontrar algo mais agradável para assistir na TV, já que não gosto de televisão. Em meio a tanta futilidade da TV e meus goles noturnos, o telefone toca e eu conheço aquele número. É o número do meu celular. Respiro fundo e me ajeito no sofá. “Oi” ela diz depois do meu alô. Não acredito, eu reconheceria aquele oi em qualquer lugar do mundo. É a Angélica, a mulher do elevador desses dias atrás. Claro que eu fiquei desconcertado, afinal, a ficha já havia caído e eu não tinha certeza de qual seriam as nossas reações. Logo descubro que durante nosso amor meteórico no elevador sem energia, meu aparelho acabou parando na bolsa dela. Então ela me pergunta quando posso ir buscar, ou ela trazer para mim. Temos que marcar uma data e um lugar. “Quando você pode?” eu pergunto e ela muito direta responde: “que tal agora?”. E em exatos trinta e três minutos toca minha campainha, e eu mal tive tempo de me arrumar. E quando o dia começa a clarear, olhamos um para o outro e prometemos manter o pacto de não saber nada um sobre o outro. Nada que faça a gente se apegar, se gostar e se apaixonar. E como algumas coisas não tem explicação, apenas respiro fundo enquanto eu a vejo se vestir, levantar e sair, sem um olhar, sem um beijo ou um abraço. Apenas uma marca de batom no visor do celular. E eu acho que jamais irei rever a Angélica. Nem ligar a televisão em tarde de sábado para não ter que relembrar a mulher do elevador.

Tempestade magnética

Pela janela eu olho e o que vejo lá em baixo é só uma Babel de carros no cruzamento da Paulista com a Augusta. Faltou luz. A chuva que cai torrencialmente já começa a arrastar carros e apesar da altura que estou dá pra perceber que água está chegando à cintura de um senhor que tenta atravessar uma rua. Fico de costas e aperto mais uma vez o botão do elevador, já meio impaciente. Meu compromisso é as seis e só faltam quinze para as seis. A porta se abre e quando aperto o botão para descer e a porta já está quase se fechando, uma mão interrompe. Uma mão com dedos em esmalte vermelho e unhas grandes. Tenho um fetiche por unhas grandes. E não gosto de elevadores, desde que eu assistia àqueles filmes em que as pessoas ficavam horas presas dentro daqueles cubículos, então sempre uso as escadas, mas eu estou com pressa agora. Cumprimento e ela sorri. Segundos depois ela quer saber a razão do meu nervosismo e me pergunta se estou bem. “Não gosto de elevadores” eu digo, e ao mesmo tempo me envergonho da minha claustrofobia. Então eu falo dos filmes da década de 80, e das pessoas presas nos elevadores e como elas... Buumm!!! O elevador dá um tranco e tudo fica preto. Acabou a força no prédio. Os geradores estão demorando muito para ligar, e ela pega na minha mão, não sei se para se refugiar ou para me dar um pouco de apoio moral, como quem diz: calma, eu estou aqui com você. Cinco minutos, dez, quinze, vinte minutos e nada da força voltar, ou pelo menos alguém para nos resgatar. Nos sentamos no assoalho e depois de um resumo rápido de nossas vidas medíocres, ambos sentimos o toque das mãos no rosto um do outro, o mesmo movimento de puxar a cabeça mais para perto, e rola o beijo inevitável, e o tempo parece querer congelar naquela explosão de menta. O que vem a seguir, é motivo de processo se alguém visse, se não processo, pelo menos uma bela descompostura por parte de algum segurança, mas as câmeras não estão ligadas, se é que elas existem ali, não tive tempo de reparar. Por isso ninguém verá nossos pertences espalhados pelo lugar, nem partes de nossas roupas ali pelo chão. Lentamente nos vestimos como se tivéssemos todo o tempo do mundo e prometemos não saber mais um do outro. Nada de telefones, email ou de toda essa parafernália que hoje existe para conectar pessoas. Apenas nos beijamos mais uma vez antes que o telefone de emergência do elevador toque dizendo que o socorro já está a caminho. E assim que volta a energia eu olho mais uma vez para aqueles cabelos longos e pretos, tentando fazer minha memória fotográfica ter um close up de todo aquele momento. Respiramos fundo e ela passa o dedo indicador no meu lábio, e faz um carinho no meu queixo. Joga um beijo e se vai enquanto eu mal posso me mexer, porque eu ainda não entendi nada do que acabou de acontecer. Desço mais um andar e agora no subsolo meu amigo me aguarda na garagem para me dar uma carona. “Cara te liguei um monte de vezes mas seu telefone só chama”, ele pergunta. Passo a mão pelos bolsos e nada. Droga, onde foi parar esse maldito celular?

Reticências e etecéteras

E então quando eu voltei para o trabalho na segunda-feira foi que eu comecei a procurar informações sobre o inferninho que eu havia ido no dia anterior. Vi fotos e li reportagens sobre a cidade fantasma da Cracolândia, também conhecida como Boca do Lixo. Eu fico prostituto da vida quando leio esse tipo de reportagem. É por essas e outras que evito assistir jornal. Só acompanho o que acontece por canais de RSS e podcasts e olha lá. Para quem não mora aqui em São Paulo e (por incrível que pareça) nunca ouviu falar nesse nicho de usuários de drogas e traficantes, eu explico. Este lugar fica no centro da cidade, pertinho da Estação da Luz. Policiais militares andam pelo local com o coldre aberto e a mão na arma, prontos para qualquer coisa. Nas ruas, drogados perambulam sem noção nenhuma, completamente dominados pelo efeito rápido do crack. Os muros pichados e com aquela fuligem preta, mostrando que recentemente ali houve uma fogueira e a decoração das casas caindo aos pedaços desvalorizam ainda mais o lugar. Adolescentes brigam feito demônios caprinos, por causa de uma pedra, ou por sei lá o que. Mas não é isso que me revolta. O que me revolta é a presença dos policiais ali, alheios ao que acontece. Há muito tempo a prefeitura declara que acabou com a boca do lixo, mas não é bem assim que é. A polícia afugenta os drogados que saem de uma rua e vão para outra, já que não tem lugar para ir. Projetos e mais projetos são feitos e que não passam disso: projetos. O sistema não trabalha para resolver os problemas da sociedade. O sistema trabalha para resolver os problemas do sistema. Antigamente quando eu ainda freqüentava a ONG que distribuía alimentos para os mais carentes na Praça da Sé nas noites de sábado, eu entendia a situação dos sem teto. Mas ali na boca do lixo, a situação é diferente. Eles são viciados. Com pouca ou nenhuma consciência de mundo social quando a droga faz efeito, e se tornam como os seres inconscientes e maléficos do filme Eu sou a lenda. A polícia não pode prender os usuários de drogas, porque consumir drogas não é um crime. Não pode matar, porque o trabalho da polícia é proteger e servir. Mas aquelas pessoas ali não podem ser salvas de si mesmos. Muitos não querem ajuda, não querem se tratar e preferem a incerteza do amanhã, e a curta expectativa de vida, que não passa de um ano para quem é viciado em crack. Meu coração se compadecia ao ver tanto sofrimento nas ruas quando estava servindo os alimentos para aqueles que não tinham condições de ter o mínimo de dignidade. Isso não acontece quando vejo cenas como aquelas da boca do lixo. E não adianta vir me dizer que eles estão naquela situação por falta de oportunidade, ou por causa da diferença social. Ou pelo fato de serem viciados. Existem pessoas que fazem programas de reabilitação e estão sempre por ali tentando ajudar. Mas a grande maioria dos usuários não querem essa ajuda, não querem se curar, não querem ser sociáveis, preferem o sub mundo, o breu, a ignorância e as delícias delirantes dos entorpecentes. É nesse momento que meu lado emocional pára de funcionar, e o racional trabalha a todo vapor. E enquanto eu penso e repenso sobre como aquelas pessoas foram parar ali naquele estado moribundo e decadente, aqueles meninos, de sete, oito anos continuam a correr pelas ruas da boca do lixo com suas roupas esfrangalhadas, narizes escorrendo, e a pele mais suja do que o chão onde dormem. Correm com suas pernas fininhas e olhinhos esbugalhados, em direção aos fornecedores: “tio, me dá dois conto de pedra aí”.

Inferno

Era domingo de manhã. E nenhum plano para o resto do dia. Pior do que não ter nada para fazer, é ficar em casa sem ter o que fazer. Resolvo sair e dar uma volta, sem ter a menor noção de para onde ia. Já sei. Plim! Pisca a luzinha da idéia. Já faz tempo que ando querendo fazer um city tour, para conhecer esses lugares que eu só vejo na internet e que ficam aqui mesmo na capital. E lá fui eu para a Pinacoteca, tomar uma dose de cultura. Sol forte, calor horroroso (detesto calor) e lá no fundo daquele ônibus está um senhor atrás de mim e começa a passar o dedo na minha tatuagem do pulso. Olho para ele com cara de poucos amigos e ele parece cair na real. De repente começa a conversar comigo. Eu não quero conversa, e aumento o volume da música. Aquele mau hálito me deixa nauseado e logo dou um jeito de mudar de lugar. Quando mudo de condução, entro naquele ônibus 5154 que vai até a Estação da Luz. Quem quiser conhecer São Paulo sem muito esforço, pegue essa linha. De tudo acontece nela. Na minha vez foi uma série de fatos utópicos e tão surreais que nem eu mesmo acreditei. Primeiro foi o motorista absolutamente perdido, passamos três vezes pelo mesmo lugar ali nas proximidades da Avenida Prestes Maia, no centro, até ele descobrir para onde iria. Ele faz uma curva muito fechada e rápida e não consegue dominar o veículo que raspa a frente do lado direito em um muro e estoura o pára-brisa. Minutos depois, olho para fora e tem um rapaz forte sem camisa fumando. Quando o motorista resolve partir, ele pede para esperar e entra no carro. Não sei explicar como isso ocorre comigo, mas às vezes consigo ver coisas que não aconteceram ainda, e quase sempre acontece. É como se fosse uma premonição, um sexto sentido. Farejo confusão, e é dito e feito. A cobradora invocada não quer deixar o cara passar sem camisa, e ele começa a gritar e a socar a caixinha onde ela guarda o dinheiro. Ela não se abala nem um pouco e o que resta é ele pegar a camisa e vestir. Senta e fica encarando a mulher. Alguns pontos depois entra uma mulher e uma moça. Feia, mas ô mulher feia que eu nunca vi igual. Passa por mim e fecha a cara. Olho para trás e as duas estão dois bancos atrás de mim. Olho de novo, as duas estão de mãos dadas. Olho outra vez e as duas estão num beijo tão apaixonado, daqueles de fazer barulho e incomodar todo mundo ali perto. Eu já vi esse tipo de coisas, em revista, em televisão e filme, mas quando é na vida real, mesmo as mentes mais liberais como a minha ainda se sentem incomodadas. Finalmente as duas descem e saem abraçadas e um cara grita da janela: “vai ser feia assim lá na puta que o pariu”. Me bate uma crise de riso. Finalmente chego à Estação da Luz. Algumas dúzias de passos depois uma mulher ainda mais feia do que a do ônibus passeia com um shortinho jeans e uma blusa branca e me chama para a casa de meretrício. Eu sigo em frente e um cara, visivelmente embriagado, segura o meu braço e eu o empurro. Tem um grupo de uns dez policiais, desses da guarda metropolitana, e eu pergunto a um deles onde fica a Pinacoteca. Ele apenas diz: “segue essa rua aí”. Quando entro na rua, sinto que não quero mais prosseguir. Tudo que consigo pronunciar é: “mas que diabrura é essa?”. À minha frente, pessoas enroladas em cobertores puídos e muito sujos sentados nas calçadas, fumando crack, e uma briga entre dois caras. Aquele tipo de cena que a gente que não passa por ali só vê no Fantástico ou em jornal. Literalmente uma visão do inferno. Drogados circulam catatônicos, gesticulando para o nada, conversando apenas com suas próprias fantasias. Zumbis com as cabeças cobertas pelos cobertores, com os rostos rapidamente iluminados pelos fachos dos isqueiros acendendo seus cachimbos. Outros perambulam sem destino pela calçada parecendo personagens do filme Resident Evil, alguns atravessam a rua para o lado onde eu estou, e se recostam num muro com marcas de fogueira. As fachadas das casas estão completamente degradadas. Aquele lugar parece um lugar abandonado, uma pequena cidade fantasma, habitada por seres do sub-mundo e legiões de demônios. E demônios de péssimo gosto para decoração. Dou uns passos para frente analisando se vale a pena correr o risco. Adrenalina sobe, pulsação acelera, e aquele instinto: “lutar ou correr” vem à tona. Olho para trás e dois caras estão vindo. Eu tento não me preocupar tanto porque afinal a polícia está ali, a uns cinqüenta metros de distancia. Mas agora já não sei se a policia está ali para me proteger ou para deixar eu me foder, já que foi o policial que me deu essa direção. Os caras chegam e o fio do fone de ouvido está pelo lado de fora da minha camiseta branca. Subitamente dou um giro de 180 graus e começo a voltar na direção dos caras que me olham e para a minha surpresa, abrem passagem. Desisto de continuar a seguir por aquelas ruas que minutos depois fico sabendo que é a Cracolândia. A pulsação demora a voltar ao normal e me sinto feliz por não ter continuado. Com certeza eu faria a alegria de alguns daqueles viciados quando tivessem levado minha câmera fotográfica e meu iPhone. E eu estaria ainda feliz por não ter levado uns belos socos, isso para não falar no pior. Entro no mesmo ônibus que eu havia chegado, e cai um temporal daqueles, depois um sol daqueles e mais outro temporal daqueles. E assim se foi minha tarde de domingo dentro do ônibus 5154 que te leva para tudo quanto é lugar, menos para onde você precisa ir. Pelo menos no plano imaginário eu fiz o meu city tour.

Último Grão

Agora que não tenho mais insônia nem uso mais remédios para dormir, as coisas parecem com vontade de voltar ao eixo, me fazendo querer recuperar cada segundo passado débil e futilmente, para que essa minha existência tenda a continuar caminhando ridiculamente. E assim, sem nenhuma razão aparente, consigo agora olhar adiante e notar um pontinho de luz no final desse breu. Não sei nomear este tipo de sensação. Mas é algo que reanima e conforta. Que me faz ver que tudo que precisamos para tapar buracos está bem perto, quase ao alcance da nossa mão. Buracos. Os buracos da solidão. Esses dias me perguntaram se eu não me sentia muito sozinho em todas essas viagens que faço por esse mundão de meu Deus. Sinto e não me sinto. Não dá para traduzir em palavras algumas sensações. É o mesmo que tentar explicar um sabor agridoce para alguém sem paladar. A verdade é que apesar de viajar sozinho quase sempre, onde quer que eu esteja sempre estou conhecendo gente nova. Sempre dou um jeitinho de me enturmar em qualquer ambiente, e isso não me faz sentir sozinho. Hoje por exemplo, resolvi conhecer um lugar diferente. É um templo oriental cercado por hectares e mais hectares de área verde, bem aqui em São Paulo. Logo vieram os comentários peculiares: “Não sei como você consegue ir para esses lugares sozinho”. Nem ligo mais e no final do passeio ainda conheci um casal muito gente boa. Às vezes as oportunidades estão aí na nossa frente e nem sequer vemos. Nunca deixo de viver uma experiência ou conhecer lugares novos e diferentes por medo do desconhecido ou por não ter uma companhia do lado. É preciso viver o hoje, o agora, pois o amanha está muito longe e pode nem chegar. Nossa existência passa rápido demais, para ficarmos dando tanta ênfase a minúcias. Existe tanto de bom, que não vale a pena se descabelar com a parte ruim. Esses dias atrás acordei bem cedo e fui fazer um passeio. Coloquei roupa bonita, me preparei, fiz um longo trajeto até chegar. Quando cheguei, o lugar estava fechado. A quase todos para quem contei isso me deram o mesmo veredicto: “que merda!”. Merda coisíssima nenhuma. Tudo é questão de saber ver as coisas por um outro ponto de vista. O lugar estava fechado, mas a estrada tinha uma vista tão bonita e tocava aquela música Último Grão, da Isabela Taviani que só isso já valeu o passeio. Aproveitei o dia para fazer uma seção de energização espiritual e voltei pra casa. Um dos melhores passeios frustrados que já fiz até hoje. Maravilha.

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A mente vê o que quer ver.

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