O Funk e a decadência brasileira

Uma crônica sobre o estilo musical que tomou conta do país.

Delerium

Já não sei o que mais me perturba, se é quando ela está perto e me faz viver, ou quando está longe e me faz imaginar e sonhar. Já perdi a conta das noites acordado com sua imagem tão gravada no meu pensamento e seu nome sussurrado na dimensão do meu quarto, pairando por cima de uma aura de magia e mistério que insiste em ficar. Desejo contido, incontrolável e reprimido, preso dentro de mim mesmo, gritando em silêncio para sair, como um pássaro em uma gaiola, abrindo suas asas sem poder voar. Desejo. Vontade. Frutos da minha imaginação delirante...

Do outro lado

Eu não sabia se deveria abrir os olhos naquele momento, mas sei que ela estava ali. Do meu lado, em pé ao redor da cama a me olhar. Olhando com aqueles olhos verdes faiscando íons energizados, gritando alguma coisa que eu não ouvia. Não a vi, mas tenho certeza que senti seu toque. Toque não. Presença. Arrepio, vento gelado que sobe pelas pernas e alcança a nuca, eriçando cada centímetro do meu corpo. Quero abrir os olhos, mas tenho medo do que talvez veja. Não sei se ela estará como da última vez que a vi, inteira, ou se estará como morreu, em...

Angelicus

Seu primeiro presente foi um nome de anjo: Anyel. Amava o próprio nome tanto quanto a si mesma. Nome de anjo, beleza de anjo, ternura de anjo. Agora lhe faltavam as asas tão somente. Asas aladas para poder voar, para sombrear e para proteger. Para aconchegar, amparar e abraçar. E as asas começaram a aparecer numa tarde quente pouco depois que seus pais se separaram. A desilusão, a frustração e a sensação de impotência ante aquela cena da qual jamais se esqueceria, faria parte da sua vida angélica para sempre. No começo, ela quase não percebeu....

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