O Funk e a decadência brasileira

Uma crônica sobre o estilo musical que tomou conta do país.

Ossos do ofício

A moça com blusa vermelha listradinha passa pela trilionésima vez na frente da sala onde ela tem aula toda santa semana sem saber para onde deve ir. Não sabe onde deve se sentar e a sala tem quinze cadeiras disponíveis. Abre o editor de planilhas, depois de quase três minutos procurando pelo programa que ela abriu três vezes por semana pelos últimos sete meses. A cada letra digitada errada se desespera e pede ajuda. Já errou um milhão de vezes nesta meia hora que está aqui, o mesmo erro, a mesma ladainha: “ai professor, não tá indo”, naquela voz...

O assalto

Depois de outras quatorze horas de trabalho, tudo que eu queria era voltar para casa com aquela sensação de dever cumprido e a esperança de um bom banho e uma noite de sono. Mas não foi bem assim que aconteceu. Eu estava a poucos metros de casa quando percebi a moto voltando. Eram dois e pela fraca iluminação da rua não pude ver seus rostos cobertos parcialmente com esses agasalhos com capuz. E foi então que eu, sempre alerta me deparei com a dura realidade: era um assalto em curso. O carona saltou da moto ignorando as outras pessoas que passavam...

Escada Rolante

Ela me olha por sobre o monitor, apenas os olhos aparecendo naquele castanho profundo. Ri das minhas piadas sem nexo e ainda antes do meio dia vai me abraçar e com aquele beijo que só ela sabe dar vai mudar o destino do meu dia. Caminho poucos passos até encontrar a suavidade das suas mãos e o cheiro do seu cabelo negro cobrindo aqueles brincos que realçam ainda mais sua beleza que de tão nata, chega a ser inebriante, trancendente, quase divina. E por ali vamos, tentando reduzir ao máximo a rapidez dos nossos passos para que o tempo passe mais...

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