O Funk e a decadência brasileira

Uma crônica sobre o estilo musical que tomou conta do país.

Vinho Amargo - parte I - por Handerson Pessoa

Semana passada eu tinha combinado com o Beto de assistirmos o jogo do São Paulo na casa dele. Eu sempre tive uma pontinha de inveja moderada do meu amigo. Beto é meu amigo imaginário a dez anos. Liguei para o meu amigo confirmando, mas as ligações só caiam na caixa postal. Ele trabalha num banco. É o gerente. Deixei um recado mas o Beto não me retornou. O Beto se separou da mulher, e os filhos ficaram com ela. Já não se viam a anos.Tenho certeza que meu amigo passou momentos um bocado ruins, mas logo ele se apaixonou pela Flavinha e estava muito...

No final... - por Handerson Pessoa

Zelmar era o nome dele. Morreu aos setenta e três anos. 1934-2007. Estava escrito na placa sobre o seu túmulo. Zelmar e suas duas irmãs gêmeas nasceram quatro dias depois da previsão médica. Além de terem que esperar nove meses para nascer, ainda tiveram que esperar mais alguns dias.Zelmar foi o último a ser parido. Todas as outras irmãs nasceram primeiro, e ele teve ainda de agonizar mais longos minutos na fila de espera. Foi o último a ser limpo, e o último a receber o primeiro leite da mãe. O pai de Zelmar, o seu Juarez não consultou a esposa...

Dona Irene e a sacola - por Handerson Pessoa

Quando a lotação chegou ali perto da Avenida Paulo França, já não cabia mais ninguém no seu interior. Todos os espaços daquele reduto estavam completamente preenchidos, mas o cobrador insistia em dizer: "Só mais um passinho pessoal, só mais um passinho". Dava raiva ouvir todo santo dia aquela mesma ladainha. "Se não der um passinho para trás não dá para o carro sair pessoal". Onde já se viu? Um microônibus daquele tamanho que deveriam caber quinze ou vinte pessoas em pé acomodadas adequadamente, tinha sessenta e três. Uma para cada ano de idade...

O bilhete do Juraci - por Handerson Pessoa

Quem tudo quer, tudo perde. Assim estava escrito numa daquelas enciclopédias que meu pai tinha empilhado numa estante no quartinho de bagunças quando eu tinha dez anos de idade. Eu li esta frase pela primeira vez a dezessete anos atrás e a apenas algumas horas, cruzei com ela de novo num blog na internet. E confesso que quando me vi diante daquela frase célebre que por muito tempo me acompanhou nas idas e vindas do meu caminho quase sempre incerto, eu me lembrei do Juraci. O Juraci é outro de uma série de amigos meus, todos imaginários. Ele tinha...

Furia - por Handerson Pessoa

Das vinte e quatro horas que tem o dia, pelo menos cinco ou seis o Alvarenga (um dos meus amigos fictícios) perdia todos os dias no trânsito. Gastava pelo menos duas horas para sair de casa e chegar ao trabalho e mais três para voltar, lá pelas cinco horas da tarde. Raras eram as vezes que ele conseguia gastar menos de duas horas para chegar no trabalho. Mas não era essa a pior parte. Era o retorno. Ele até preferia voltar bem mais tarde para casa para não ter que se acabar naquele trânsito infernal. O que nem sempre funcionava.O Alvarenga e eu...

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