O Funk e a decadência brasileira

Uma crônica sobre o estilo musical que tomou conta do país.

Farol vermelho

Coloco os pés porta afora e olho o brilho difuso da neblina. Olho para os lados, o carro já está parado lá fora, os vidros escuros. Me aproximo e o vidro se abaixa. Eu já estou sorrindo e então Cameron Diaz sorri e pisca pra mim, e em sete minutos estamos na porta da minha casa. Droga, não era a Cameron. O movimento de levar a mão ao celular é automático, mas sempre que preciso do meu ele teima em não funcionar. Ligo para meus amigos confirmando o show no final de semana, mas essa peste não tem sinal. Mas fica nesse inferno interminável de torpedos...

Aurora Boreal - parte II

Sentada sobre a tampa da privada ela lentamente começa o ritual de se despir. Tudo ainda gira ao seu redor e por isso ela fecha os olhos com cuidado para não sofrer ainda mais com a dor de cabeça que a assola. Quando está completamente nua, leva as mãos à parede negra de porcelanato e liga o chuveiro sentindo as gotas pesadas e quentes invadirem cada centímetro de seu corpo. Ainda há tempo de mudar de idéia e optar pela banheira, mas agora que recobrou os sentidos, tem medo de se afogar, o chuveiro é mais seguro. E lá mesmo ela fica por quase vinte...

Ontem eu chorei com o Bruno - por Handerson Pessoa

Eu não sei o que acontece nesse mundo. Juro que não sei. E quando esse tipo de coisa acontece eu fico puto da cara. Meu amigo Bruno me ligou, aos prantos ontem porque a namorada o deixou. O Bruno é desses caras meio porra-loca. Conheceu a mulher pela internet no final do ano passado. Ela mora em outro estado mas o cara não ligou pra isso. Resolveu que a ama porque ama e ponto final. Ele me mostrou os emails que os dois trocavam, e também as mensagens de celular. Ela tentou vir aqui em São Paulo mas parece que algo deu errado. Ele tentou ir várias...

Nimbus

Já que não estou mais nem aí pra esse celular, resolvo desligar de uma vez por todas. É nessa hora que ela liga, beirando às duas da manhã. Número desligado ou fora da área de cobertura. Não quero pensar em nada, não quero fazer nada, e que se dane a bagunça organizada da minha casa que eu não to a fim de arrumar. Só quero ficar aqui deitado no meu sofá enrolado no meu edredom azul nessa puta madrugada de sábado. Eu não me lembro de ter ido pra cama, nem sei como fui parar lá, mas abro um olho e acho que já são umas dez da manhã. Aperto as teclas...

Para acordar gente grande

st1\:*{behavior:url(#ieooui) } Já fazia cinco anos que o Valdivino namorava a Roseli. Cinco longos anos. Debaixo do céu só existiam aqueles dois. Era “meu amor pra lá, meu amor pra cá”. Chegava a dar enjôo. Igual àqueles enjôos que se têm quando se come doce demais e não dá nem pra olhar para o doce por dias. Ficar perto daqueles dois era uma prova de resistência e paciência. A todo lugar que se olhava, lá estavam os dois naquela moto branca e vermelha, e o casamento já estava quase saindo. A todo mundo que perguntava, a resposta da Roseli era...

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