Agora que não tenho mais insônia nem uso mais remédios para dormir, as coisas parecem com vontade de voltar ao eixo, me fazendo querer recuperar cada segundo passado débil e futilmente, para que essa minha existência tenda a continuar caminhando ridiculamente. E assim, sem nenhuma razão aparente, consigo agora olhar adiante e notar um pontinho de luz no final desse breu. Não sei nomear este tipo de sensação. Mas é algo que reanima e conforta. Que me faz ver que tudo que precisamos para tapar buracos está bem perto, quase ao alcance da nossa mão. Buracos. Os buracos da solidão. Esses dias me perguntaram se eu não me sentia muito sozinho em todas essas viagens que faço por esse mundão de meu Deus. Sinto e não me sinto. Não dá para traduzir em palavras algumas sensações. É o mesmo que tentar explicar um sabor agridoce para alguém sem paladar. A verdade é que apesar de viajar sozinho quase sempre, onde quer que eu esteja sempre estou conhecendo gente nova. Sempre dou um jeitinho de me enturmar em qualquer ambiente, e isso não me faz sentir sozinho. Hoje por exemplo, resolvi conhecer um lugar diferente. É um templo oriental cercado por hectares e mais hectares de área verde, bem aqui em São Paulo. Logo vieram os comentários peculiares: “Não sei como você consegue ir para esses lugares sozinho”. Nem ligo mais e no final do passeio ainda conheci um casal muito gente boa. Às vezes as oportunidades estão aí na nossa frente e nem sequer vemos. Nunca deixo de viver uma experiência ou conhecer lugares novos e diferentes por medo do desconhecido ou por não ter uma companhia do lado. É preciso viver o hoje, o agora, pois o amanha está muito longe e pode nem chegar. Nossa existência passa rápido demais, para ficarmos dando tanta ênfase a minúcias. Existe tanto de bom, que não vale a pena se descabelar com a parte ruim. Esses dias atrás acordei bem cedo e fui fazer um passeio. Coloquei roupa bonita, me preparei, fiz um longo trajeto até chegar. Quando cheguei, o lugar estava fechado. A quase todos para quem contei isso me deram o mesmo veredicto: “que merda!”. Merda coisíssima nenhuma. Tudo é questão de saber ver as coisas por um outro ponto de vista. O lugar estava fechado, mas a estrada tinha uma vista tão bonita e tocava aquela música Último Grão, da Isabela Taviani que só isso já valeu o passeio. Aproveitei o dia para fazer uma seção de energização espiritual e voltei pra casa. Um dos melhores passeios frustrados que já fiz até hoje. Maravilha.
.
A mente vê o que quer ver.
1 comentários:
Você como sempre com suas idéias e conceitos, tem toda a razão.
O fato de termos uma pessoa ao nosso lado, não quer dizer nada.
Pois estar só e solidão são coisas diferentes.
Se existe solidão em nosso coração, mesmo com centenas, milhares de pessoas ao nosso redor, isso não fará a mínima diferença.
Estar sozinho, é apenas um momento.
Solidão é sentir-se solitário e
solitário é o que se isola dos outros.
Então, seja assim sempre na sua caminhada, pois é isso que admiro em você.
Beijocas da sua ex-aluna e amiga,
Jack F.B.
Postar um comentário