O começo do fim

Lá atrás quando o milênio velho terminou e o novo começou, o medo de todo mundo era que esse mesmo mundo fosse acabar num cataclismo apocalíptico enviado pelos céus e que uma horda de anjos comandados por Alá, Buda, Jeová, ou outra divindade viria trazer uma nova ordem de coisas. Mesquitas, igrejas, sinagogas e templos estavam recheados com seus fiéis orando pedindo clemência enquanto outros simplesmente achavam que tudo aquilo não passava de histórias bíblicas de terror, e que o “mal somos nós mesmos”, “diabo só existe na imaginação dos que se apóiam na religião”, e que “o inferno realmente existe e que já estamos literalmente vivendo nele”. O que aconteceu foi que muitas dessas pessoas, se esqueceram das preces e pedidos que elas próprias fizeram, e começaram a agir de maneira completamente reversa dez anos depois. O cataclismo em escala colossal e sobrenatural não veio dos céus, veio sim, das mãos da própria população que hoje aparece nas colunas de jornais, em seções policiais, pregando a desordem, a sordidez e cometendo seus delitos. Ah! que saudade daqueles tempos onde os casamentos eram “até que a morte nos separe” e não como os da maioria de hoje que são simplesmente apólices assinadas sem um pensamento prévio, em que um dos dois (quando não os dois) simplesmente assina pensando nos finalmente e em quanto a conta no banco irá engordar às custas de pensões, poucos meses depois das celebrações apoteóticas, milionárias. Falta também, faz aquele tempo em que os filhos eram considerados maravilhas dadas pelos céus para seus reles pais mundanos que faziam de tudo para dar uma vida melhor para seus descendentes e não como hoje quando pais e mães violam seus filhos, maculando para sempre suas mentes ainda saudáveis e não corrompidas pelos pensamentos atuais. Isso para não dizer quando não os matam, como fez aquela mulher em Parelheiros (SP) que assim que o marido a abandonou, ateou fogo nas duas filhas para fazer chantagem pensando que assim o companheiro voltaria às suas boas graças. Estamos vivendo do avesso, revelando nosso lado mais macabro e vil e provando que diferente dos animais e seres sem consciência que vivem apenas de instinto, nosso processo é involutivo quando deveria ser abastecido de benemerências e beatitudes. Somos os exterminadores da raça humana, nosso principal inimigo e algoz somos nós mesmos e disso parece não sermos capazes de entender ou evitar. Mentes sem consciência e pensamentos com maldade perdulária é que fazem com que os filhos sejam abandonados em plena rua, como aconteceu agora na zona leste de São Paulo e a mãe quando indagada apenas disse “ah eu estava nervosa e não queria mais essas crianças”, mostrando uma frieza diabólica e tratando de maneira tão pífia sua própria descendência. A hecatombe esperada na virada do novo milênio chegou e ninguém parece que percebeu. Ela já está no meio de nós, arraigada em nossa sociedade. E como rezar pedindo clemência parece que não surtiu o efeito que esperávamos, o que nos resta é rir. E esperar para ver o que vai acontecer.

1 comentários:

Acreditar....Crer....Entender..Palavras dificias De abordar ...Mais uma coisa é fato a raça humana é espera acontecer e as veze é bom fazer acontecer ....

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