Retratos de um Brasil que não funciona

A grande falha no sistema penitenciário brasileiro é talvez a falta de pulso firme de quem comanda. Ou talvez as propinas internas oferecidas pelos presidiários que controlam o tráfico através de celulares, que entram nos presídios escondidos nos lugares mais inimagináveis que se possa haver. E o dinheiro rola a revelia, já que muitas vezes os policiais e carcereiros fazem vista grossa para isso. E isso não é nenhuma novidade, basta assistir televisão no horário jornalístico, ou assistir um filme brasileiro em que é tão retratada essa situação. O que mais me revolta é saber que somos nós, cidadãos honestos, que trabalhamos até a exaustão é que pagamos para manter “isolados” esses bandidos, marginais atrás de suas celas, que nada mais é do que uma maquiagem do crime organizado. Prisão no Brasil não é sinônimo de segurança para a população, afinal, as milícias, o tráfico de drogas, animais, pessoas e as desovas são arquitetadas lá de dentro das penitenciárias, através das sucursais dos presos, que estão lá fora. Nunca gostei nem tive pena de bandido. Sou a favor de prisões sim, mas para os casos menos hediondos. O restante deveria ser exterminado, extirpado da face da Terra como se extirpa um câncer. Direitos humanos? Cobrem isso das famílias que perderam seus entres queridos, filhas, filhos, amigos. A vida humana virou algo banal, que se tira pelos motivos mais absurdos, desde os quarenta centavos que o cidadão não tinha para pagar a pizza, até as paternidades não resolvidas e os casos amorosos mal resolvidos. “Não me quer mais? Páhh! Se não for comigo não será com mais ninguém”. Em pleno século vinte e um, a situação brasileira ainda não aprendeu a controlar a violência, seja ela doméstica ou não. É claro que isso existe em todos os países por mais desenvolvidos que sejam, mas lá, aparentemente os casos são tratados com mais seriedade. No Brasil, só vira notícia, estrela de televisão quem tem dinheiro. E quem tem dinheiro, tem abertas as portas do poder. Exemplos? Cento e sessenta e nove milhões de reais desviados do dinheiro público destinado à construção do Tribunal Regional do Trabalho. Acusado: Juiz Nicolau dos Santos Neto. Cumprindo pena? Sim. Em qual presídio? Nenhum, cumpre pena em regime domiciliar. Goleiro Bruno, acusado da morte da ex-amante. Cumprindo pena? Sim. Regime fechado comum? Não, está em cela isolada (não tem curso superior, mas tem dinheiro), passa mal com freqüência e não pode comer a comida da cadeia porque tem nojinho, por isso o advogado entrou com pedido por comida especial. Observação final: está preso a menos de dez dias. Os outros presos? Sifu. Ah que inveja dos sistemas milenares de punição dos radicais e extremistas do Islã, onde tudo é olho por olho e dente por dente, onde ladrões tem as mãos cortadas, e assassinos irrecuperáveis são executados da mesma forma do crime que cometeram. No Brasil, isso é repulsivo, repugnante. É melhor investirmos nas cadeias superlotadas que não funcionam, ou na criação de “medidas sócio-educativas” para (educar) jovens que cometeram delitos. E vão sendo “formados” para que ao completar a maior idade, muitos já estejam aptos, experts para viver junto com os outros peixes grandes nas cadeias. Não será de admirar quando muitos dos filhos do Brasil ao serem perguntados sobre o que querem ser depois de formados responderem: “Quero ser ladrão. Em Brasília ou em qualquer outro lugar. Pelo menos teremos celas especiais.”

1 comentários:

Finalmente dando minha passada por aqui. (mas eu já havia lido!)
Mais uma vez, venho dizer que eu amei, amei, amei.. (já estou ficando repetitiva) Mas é o que eu tenho pra dizer, além de concordar COM TUDO que está escrito. Parabéns por mais um texto, incrível!!

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