Minha pele se arrepia e todo calor do meu corpo, até dos ossos parece ir embora quando vejo jornal. Em pleno sábado de sol forte (bem no meio do inverno) deveríamos ser agraciados por coisas boas e o que vejo é a notícia horripilante de um casal em Ohio que matou o filho a mordidas. Não foi mordida de cachorro ou qualquer outro animal irracional, foram mordidas humanas. Dos próprios pais. O pai já havia sido condenado anteriormente por queimar um bebê com água fervendo. No ano passado uma mãe não contente com a separação ateou fogo nas duas filhas e a menor das duas morreu aqui em Parelheiros, na zona sul de São Paulo. No mês passado um casal foi indiciado por violentarem as próprias filhas em Goiás. O mundo ficou de cabeça para baixo. E o que mais me deixa puto da cara, é saber que os bons pagam pelos maus. Vejo pais que tem os filhos por perto e acabam por fazer merda, achando que os filhos são propriedades pessoais, e não seres humanos com vontades próprias e que devem ser encaminhados, orientados e não violentados pelos seus progenitores. E me lembro dos meus filhos que foram literalmente afastados de mim, por erros irreversíveis de pessoas que diziam só querer o bem maior. Sinto não poder abraçá-los todas as noites, ou de passar mais tempo com eles, já que dificilmente consigo fazer com que uma ligação para eles seja completada, e os telefones raramente funcionam, a não ser quando outros querem dinheiro. E penso no sem número de desencontros onde eu fico plantado feito um bocó esperando, visitas marcadas que não são cumpridas, e compromissos com eles que são desmarcados sem nenhum tipo de aviso prévio. Isso para não falar na enorme quantidade de gripes fortes que os dois contraem só para não virem à minha casa, contrariando ordens expressas de juízes e que depois fico sabendo que não havia gripe nenhuma. Eram os doentes emocionais maiores que forjaram o desencontro. Uma apropriação alheia que só me favorece quando está envolvido dinheiro, e como seu eu pagasse para tê-los ao meu lado, às vezes tenho meu prêmio por algumas horas do final de semana. Horas que são cada vez menores, mas que são aproveitadas ao máximo. O preço que se paga por ser boas pessoas às vezes é alto demais. E enquanto eu tento ser um pouco mais pai, e passar um pouco mais de tempo com meus filhos, tenho que conviver com a burrice de alguns, o descaso de outros e a intemperança e desumanidade diabólica de muitos. Oxalá essas crianças um dia possam se tornar seres adultos e menos parecidas com seus pais, ou tutores, e mesmo se não os perdoarem pelos seus crimes e diabruras, que possam respeitá-los e respeitar a sociedade. E que os meus um dia possam crescer e entender os reais motivos da minha distância. Distância que causa um buraco cada vez maior do lado esquerdo do meu peito.
3 comentários:
ahh muito bom paraabeens Proof ;D
bjinhoo Layse
Esse mundo está doente!
Parabéns pelo texto, mais uma vez excelente! Eu Adoro.
Bom não vou dizer que gostei do texto pq parece que sinto a dor que está sentindo em relação de não estar perto dos seus maravilhosos filhos! Pelo pouco que te conheci sei o que está passando e gostaria de estar mais perto para pelos menos suprir a sua dor! Sinto muito mesmo, Ander acredito que logo vc estará com eles para sempre, fique bem e se cuide! Beijos...
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