Resolvi passar um final de semana na casa dos meus pais, para relaxar um pouco e dar outro pouco de sossego para Silvinha que tanto se esforçava na mantença do meu bem estar. Meus enjôos parecerem se evaporar. Nessa altura do campeonato eu já estava preocupado com o volume de trabalho me esperando na segunda-feira, por isso acessei o computador para ver emails novos. Havia uma tonelada deles. De repente uma idéia inesperada, e se eu procurasse o número 1080 na internet? Estava ciente que os resultados poderiam ser os mais improváveis, mas não custava nada pesquisar. Digitei o item da minha pesquisa no Google e como já esperava, veio um turbilhão de respostas, nada do que eu imaginava. Já havia desistido de procurar as origens daquele número, quando decidi procurar informações sobre o que eu estava sentindo naqueles últimos dias. Coloquei no campo de buscas todos os meus sintomas até a noite de sexta-feira. A maioria dos resultados indicava uma intoxicação. Resolvi me aprofundar no assunto.
O tenente pega o celular preso ao cinto que já está tocando a alguns segundos. Faz um gesto com a mão direita indicando que eu espere até que ele termine de falar. Me olha furioso. Penso que tenha perdido seu encontro romântico. Então joga telefone na mesa que bate fazendo estrondo. “Puta que o pariu”, ele berra e nem se incomoda que agora existam várias pessoas ao redor. Não me diz para prosseguir, e eu tampouco espero. Continuo no meu depoimento.
Quando encontrei Silvinha na noite de segunda, parecia que haviamos acabado de nos conhecer. Novamente ela subindo as escadas sem roupa, trufas na mão. “Boa noite amor”. Correu e se jogou por cima de mim, sedenta por sexo. Fizemos sexo, não tenente, fizemos amor. Nunca havia amado minha mulher daquele jeito. Ela pedindo sempre mais e eu dando o que ela queria. Ela queria sexo anal, e eu não neguei. Fizemos amor longamente, demoradamente, unhas cravadas na pele, gritos e violência moderada. Ainda não haviamos feito nada daquilo, mas no fundo da minha mente, tinha certeza de já estar sentindo um forte cheiro de merda. Eu não tinha mais idéia nenhuma do que fazer. Mas minhas dores voltaram e pra valer as três da manhã.
Acordei depois de uma noite muito mal dormida por causa das dores. Minha mulher ainda estava na cama, e me levantei sem fazer barulho e desci as escadas rumo ao banheiro. Passei pela bolsa jogada na mesinha de canto na sala. Peguei o celular, e conferi outra vez, nenhuma ligação estranha, a não ser para o tal Dr. Astolfo. Não fazia idéia de quem poderia ser, mas precisava de uma maneira de descobrir. Sem que Silvinha acordasse fiz uma cópia de todos os contatos em um pen-drive, e estava decidido a pesquisar um por um que não conhecesse quando chegasse em casa mais tarde.
Como eu faria para saber quem eram os donos dos telefones eu nem imaginava mas comecei a digitar os números no Google mesmo assim. Digitei o do Dr. Astolfo e o número caiu numa clínica veterinária. Achei estranho, pois não temos bichos em casa, de modo que quanto Silvinha chegou perguntei, com ares de quem não queria muita coisa. “E se tivessemos um cachorro?”. Imediatamente ela descartou a idéia. Disse que mais precisaríamos era sim de um gato, afinal, os vizinhos reclamavam muito de ratos em suas casas, e um gato seria bom. Concordei.
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