Convivendo com as diferenças

Assisti esses dias estarrecido a uma reportagem sobre um padre numa cidade no interior que não quis celebrar o casamento entre duas pessoas. O noivo tem paralisia cerebral ela, a noiva, tem dificuldades de aprendizado. Depois de saber disso, o padre de uma igreja católica se recusou a abençoar o casal dizendo que pelas tradições e pelos dogmas da igreja o casamento não poderia acontecer. O casal indignado resolveu assim, celebrar o seu casamento particularmente recebendo a benção dos amigos e dos familiares. O mais estrondoso neste caso é que os dois são pessoas absolutamente normais, e que se amam acima de tudo. De acordo com a doutrina católica, um casamento não pode ser realizado quando uma pessoa não tem capacidade mental ou quando possui impotência sexual.
A poucos dias atrás pude ver na pele a dor que existe quando se é tratado de maneira preconceituosa. No meu caso foi preconceito racial. Sou moreno, e por causa da minha cor fui desprezado e me senti bastante humilhado por parte de pessoas que por lei, devem ser chamados de familiares. É impressionante como em pleno século 21 ainda temos que viver situações assim. Situações preconceituosas existem e são vistas todos os dias. As vezes nas pequenas brincadeiras é que se mostram os pensamentos preconceituosos. Seja por causa da cor, seja por causa do lugar onde a pessoa nasceu, por causa da sua condição social ou por causa da sua religião.
De acordo com o Código Penal, o parágrafo 3 do Artigo 140 reza:


Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Alterado pela L-009.459-1997).


É preciso que nos conscientizemos que todos somos iguais, perante Deus e perante a sociedade. Este comportamento deve ser extirpado da nossa cultura, se quisermos um dia sermos pessoas felizes. É necessário também que utilizemos serviços de proteção aos direitos pessoais. Se você for vítima, entre em contato com uma delegacia e registre uma queixa, mesmo que não haja testemunhas para confirmar o seu relato. Faça valer os seus direitos. Para maiores informações sobre como proceder em casos de preconceito, independente da sua forma, visite o site: http://www.disqueracismo.com.br/

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